segunda-feira, 29 de junho de 2015

...

E por mais que o tempo passe, é impossível esquecer que já não estás aqui. Quando morreste, disseram-me tantas vezes que ia passar, que ia deixar de doer... Passaram-se quatro anos e, às vezes, ainda dói como no primeiro dia.
Ainda dói de cada vez que acabo de ler um livro e percebo que não te tenho para falar dele, para me dizeres o quanto eu ando a ler mal e que ler Saramago ou Pessoa é que é! A propósito, continuo à espera que respondas à minha mensagem! Ganhei um livro e ainda não sei se ele é bom ou não e queria tanto que me respondesses. Nunca respondeste e eu continuo à espera.
Confesso-te, ainda hoje não consigo passar em tua casa. A tua rua continua igual e eu imagino que se tocar à campainha tu me vais abrir a porta. E quando eu entrar vai continuar tudo igual. O cheiro a tabaco tão característico da tua sala que eu odiava e que agora me faz tanta falta. Os livros amontoados em todo o lado e as prateleiras a ceder com o seu peso. Lembras-te quando dizias para eu escolher os que queria que ficassem comigo quando morresses? Não me deste tempo de escolher nenhum. Não me deste tempo sequer de dizer adeus. E eu continuo a querer entrar, sentar-me no sofá a beber um chá e a falar da vida. E o pipoca a saltar de um lado para o outro. E o Ulisses alapado no chão, sedentário e obeso como só aquele gato sabia ser. Lembraste quando me contaste que o veterinário disse que ele tinha que fazer dieta e até compraste aquela comida toda xpto? Desculpa, não sei o que é feito deles.
Desculpa não ter sido mais, não ter estado mais. Desculpa não ter estado contigo naquele dia, tudo podia ter sido tão diferente. Tu merecias mais do que morrer sozinha.
Desculpa ter-me tornado no que sou hoje. Desculpa desiludir-te assim. Sei que esperavas mais, que acreditavas mais. Desculpa a resignação, este deixar a vida andar, este contentar-me com tão pouco e acreditar que é o suficiente para ser feliz. Desculpa a falta de sonhos, a falta de viagens, a falta de leituras, a falta de sorrisos, a falta de vida. Não era para ter sido assim. Não sei o que se passou. Não sei quando deixei de sonhar.
Tenho saudades tuas, todos os dias. Queria que estivesses aqui. Gostava de te poder abraçar, de te dizer como correu o meu dia, o que é que ando a ler, as pessoas que tenho conhecido. Gostava de te ver, de me sentar a conversar contigo e sentir que tudo faz sentido naquele espaço de tempo.
Tenho tantas questões... Onde estás? O que tens feito? O que andas a ler? Não sei o que fazer, o que achas? Se fosses tu, como farias?
Nem acredito que já se passaram 4 anos...Tenho saudades tuas, todos os dias. Desculpa não ter estado para ti como sempre estiveste para mim.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Eu queria tanto...


                Eu queria tanto que nunca tivesses entrado na minha vida… Queria tanto nuncar ter-te conhecido e assim nunca ter-te sentido a falta. Assim, este sentimento de medo nunca se teria sequer aproximado de mim. Este medo de te perder, medo que a vida te leve para bem longe de mim e eu fique aqui, sozinha. Medo que estagnemos no tempo, que nos tornemos banais. Que nos tornemos banais ao ponto de nos tomarmos por certos e deixemos a vida correr ao sabor do vento. Medo que um dia esse vento nos leve em direcções opostas e não nos reste mais nada senão deixá-lo, pois as forças com que um dia rompeste caminho já não são as mesmas e estamos cansados. Cansados da vida, cansados de nós. Cansados daquilo que somos, aprisionados às memórias daquilo que éramos, quando corriamos contra o vento.

                Eu queria tanto que nunca tivesses entrado na minha vida. Mas tu entraste e eu não me consigo imaginar sem ti. Tu, que revolucionaste o meu mundo desde o primeiro momento. Não sabia lidar com esse turbilhão de sentimentos que carregavas contigo e, agora, sinto-lhes a falta. Sempre que não estás, sinto-te a falta. De ti, de nós. Sei que te encontrei. Depois de tanto tempo à procura, sei que te encontrei. Aquele bocadinho que me faltava. E por isso eu queria tanto que nunca tivesses entrada na minha vida. Assim, não te sentiria a falta. Mas a verdade é que entraste e eu sinto-te a falta. Amo-te. Não sei como colocar em palavras o quanto te amo. O quanto te amo e o quanto este meu amor por ti me faz bem. Não sei nem exprimir o quanto isto me é estranho. Isto de amar tanto alguém, amar de amor. Este amor que não deseja a carne, só a alma. A minha alma com a tua. Esta pureza de amor é-me tão estranha. És-me tanto e eu nem palavras encontro para descrever o quanto te amo… todas as palavras me sabem a pouco. Bem sei que há palavras que nos beijam como se tivessem boca… mas há palavras que nos agarrem e nos prendam de amor como se pulsassem com o coração que nos bate no peito?

                Eu queria tanto que nunca… Mas a verdade é que se pudesse voltar atrás no tempo, não mudaria nada. Deixaria entrar-te como deixei: com toda a força com que rompeste caminho, com todo o turbilhão de sentimentos que tanto te caracteriza. Deixaria entrar-te para que, de um momento para o outro, passasses do nada para o tudo. Deixaria que tudo acontecesse exactamente da mesma forma e assim eu sei que, apesar de tudo, eu seria feliz… contigo, connosco.

                Eu queria tanto que nunca saísses da minha vida.

domingo, 9 de junho de 2013

Saudades....

"Vai, minha tristeza, e diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe, numa prece, que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer...
 
Chega de saudade, a realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai..."
Vinícius de Moraes
 
2 anos de dor, 2 anos de saudade
2 anos sem ti, 2 anos sem luz
 

sábado, 31 de março de 2012

...

E eu sei que esta falta de amor próprio vai ser fatal.
Esta vontade de autodestruição vai ser a minha morte.
Mas mesmo assim eu procuro o mesmo todos os dias.
Que aquela faca rasgue a minha pele e me diga que estou viva.

domingo, 12 de junho de 2011

Prima

Se deus existe neste mundo cruel, decerto estava a dormir quando permitiu que partisses deste mundo de forma tão crua e fria. Quanta saudade me deixas, quanto sofrimento me provoca esta tua ausencia permanente, quanto desejo de acordar deste pesadelo que me atormenta dia e noite. Nada do que eu faça me permite esquecer por um minuto que seja que já não estás aqui. E agora quem é que me corrije os pés quando eu me desviar do caminho? Tu partis-te, mas continuas aqui. No coração de quem mais te ama. Pudera eu ver-te mais uma vez e dir-te-ia o quanto és importante para mim e o quanto mudaste a minha vida.

Se eu conseguir ser metade de quem tu és prima, eu serei maior que o mundo <3
Ivone Ferreira
(07-04-1953 / 09-06-2011)
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