quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Enquanto a minha alma viver

Quem é que te deu o direito de abrir a porta da minha vida e entrar nela como se dela fosses o dono?
Ninguém.
Quem é que te permitiu roubares a única chave que abria o meu coração e entrares nele como se fosse o teu?
Ninguém.
Mas tu entraste e serviste-te como se estivesses em casa. Abriste todas as prateleiras à procura do que havia de melhor e levaste-o. Não deixaste nada. Aliás, deixaste. Por onde passaste deixaste um rasto de destruição. Tudo ficou um caos, em cacos.
E agora, quem é que vai fechar este abismo que abriste no meu peito? Quem é que vai aconchegar a minha alma cansada e dorida nas noites tristonhas que o teu vazio deixou no meu ser?
Tenho a alma exausta e pesarosa. O corpo, esse, já não o sinto sequer. Resta apenas a dor constante da saudade e da perda. Agora, é a minha companhia. Só ela me lembra que tu um dia exististe e me fizeste bem. Sim, porque tu já me fizeste sorrir. Fizeste-me a pessoa mais feliz do mundo e ensinaste-me a amar de um modo livre e incondicional.
Para quê? Para depois me derrubares, espezinhares, pontapeares? Deste-me o céu e achaste-te no direito de me mostrares o inferno.
E agora, quem é que me vai mostrar que o mundo não acabou só porque decidiste bater com a porta da minha vida? Quem é que vai fechar as fendas que deixaste no meu corpo com a tua partida? Quem é que vai tratar da minha loucura provocada pela tua ausência?
Ninguém. Não existe ninguém à minha volta. Deixei tudo para ser tua e agora que fugiste fiquei sozinha.
Sinto uma dor enorme no meu peito. Estou a queimar.
Vou amar-te até que a minha alma morra. O corpo, esse, já morreu.

DC

domingo, 11 de outubro de 2009

Céu dos gatinhos



"- Óh mana, para onde foi o gatinho ?
- Foi para o céu.
- Para o céu dos gatinhos ?
- Sim lipa.
- O céu dos gatinhos é como o céu das pessoas, não é ?
- É sim.
- Então ele está feliz. Com muito peixinho para comer, muitos amigos para brincar e pessoas boas para tratar dele, não é ?
- É sim.
- Então se ele está feliz, eu nao choro mais.
- Ainda bem, mas chorar faz bem. Significa que gostavas muito dele.
- Ó mana, quando eu morrer posso ir visitá-lo ao céu dele ?
- Se fores uma pessoa boa podes. Só entra no céu dos gatinhos quem for bom.
- Então eu serei uma pessoa boa. E quando eu for para o céu, vou ao céu dos gatinhos e vou brincar com ele.
- Sim, daqui por muitos e longos anos. "

Tive esta conversa com a minha irmã à uns anos atrás, à mais de dez. É das recordações mais remotas que tenho. Acalmou-me o coração quando o meu gatinho morreu.
Hoje, voltou a acalmar-me quando o meu bebé morreu. O meu pequenino Poyalle. Recolhi-o a ele e aos irmãos à sensivelmente duas semanas. Tinham na altura 2/3 semanas. Pensei que fossem sobreviver os três. Hoje quando ia para lhes dar de comer, percebi que ele não estava bem e, quando peguei nele, soube que ia morrer. Doeu-me tanto. Envolvi-o num cobertor para ele ficar quentinho e encostei-o ao meu peito. Esperamos os dois que a hora chegasse. Ele olhava para mim, sereno. As lágrimas rolavam-me pelo resto. Não podiamos fazer nada. Só esperar. Encostei-o a mim e dei-lhe miminhos. Quando percebi, ele já estava morto. Uma dor enorme percorreu-me o corpo todo e chorei como se o mundo tivesse acabado. Naquele momento o meu mundo tinha desmorenado. Era o meu bebé, o meu pequeno bebé.
Pousei-o na minha cama e chorei desesperada à espera de um milagre. Passou-se mais de uma hora.
Quando ganhei coragem, levantei-me, fui ao quintal, peguei numa pá e fiz uma cova. Não conseguia acreditar que ia enterrar o meu bebé. Pior do que saber que ele estava morto, era saber que nao poderia voltar a vê-lo, a tocá-lo. Deixei o buraco aberto e vim para dentro. Passou-se mais uma hora.
Peguei nele e fui para a beira do buraco. Não conseguia deixá-lo lá. Voltei para dentro e durante mais de uma hora andei com ele para trás e para a frente. Entre mimos, beijos e lágrimas esperei novamente um milagre. Percebi que tê-lo ao meu colo era prolongar o meu sofrimento. Embrulhei-o no seu lençol, juntamente com um dos meus colares. Para onde quer que ele fosse, levava consigo algo meu para saber que nunca o abandonarei. À beira da cova, com ele embrulhado nas minhas mãos. chorei. Só conseguia chorar. Pousei-o no buraco e tapei-o. O meu pequeno bebé estava agora debaixo da terra e eu não lhe poderia tocar mais. Com umas pedras, marquei o local. Fiz uma campa, como lhe chamou a minha mãe. Deitei-lhe umas flores e chorei. Chorei porque a alma doia-me imenso. Era o meu bebé que estava ali.
Vim para dentro e procurei forças onde nem sabia que tinha. Tenho mais dois bebés para cuidar e tenho que lhes dar tudo o que tenho.
O meu bebé morreu pequenino. Agora, está no céu dos gatinhos a tomar conta dos manos, da mãe e do pai, e de mim. E quando eu morrer, vou ao céu dos gatinhos dar-lhe muitos beijinhos e brincar com ele, porque eu sei que nunca o esquecerei.

Poyalle - 11/10/2009

Cheguei a casa da escola e vinha contente. O dia tinha corrido bem. Quando fui ver os gatinhos, o Maicha estava morto. Doeu-me. Não estava à espera. Peguei nele e enterrei-o junto do irmão. Não chorei. Doeu-me, mas nao chorei.
Decidimos levar a Miatty ao veterinário. Tinhamos medo que ela também morresse. Chegamos ao veterinário e fomos logo atentidas. Deram-lhe soro glocosado quente, antibiotico e leitinho. Ela miou e colocou-se de pé. Parecia que tudo se ia resolver. Trouxemo-la numa caixinha quentinha. Ficou no carro enquanto fui tratar de umas coisas.
Quando cheguei ao carro e lhe fiz uma festinha, percebi que estava morta. Doeu-me tanto, mas tanto. Senti uma dor tão grande. Doeu-me pelos três. Porque ela era a última e eu tinha depositado nela todas as minhas esperanças. Chorei tanto.. Ainda choro. Doi-me tanto.. Perdi os meus três bebés. Vejo-os constantemente na minha cabeça e ouço-os. Ouço-os miar por mim.
Agora, resta esperar que o tempo cure um bocadinho da minha dor. As saudades, essas, são para sempre.

Eterna saudade

Poyalle - 11/10/2009
Maicha - 14/10/2009
Miatty - 14/10/2009

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Fascínio

Fascinas-me! Deixas-me louca, fora de mim. Trazes ao de cima o que de mais irracional eu tenho. Quando penso em ti torno-me uma outra pessoa. Torno-me quente e louca. Ao contrário do que sou – fria e sensata. Rejo-me sempre pela razão, mas quando vens passear até mim encontro sempre mil e uma razões para ser o mais irracional possível. Mudas-me como mais ninguém consegue.
Dou por mim imensas vezes a pensar em ti e na forma como me fascinas. Desejo loucamente envolver-me nos teus braços, ouvir o teu coração bater e sentir o teu cheiro entranhar-se na minha pele. Desejo ardentemente ver-te em qualquer esquina, em qualquer lugar, a qualquer hora, aliás, em todos os lugares e a toda à hora. Apesar de saber o que isso vai provocar em mim. “Que a minha boca na tua, eu confesso, não me sai da cabeça”...
Quando te vejo, arrepios enormes percorrem-me a coluna. Os meus olhos rejubilam de alegria e o meu coração parece que vai saltar do peito. Fascinas-me! Completamente. Como nunca ninguém o fez.
Preciso de ti! És como que a minha droga pessoal. Neste momento, estou de ressaca.
Espero ansiosamente o momento em que te verei outra vez. Com toda a tua graciosidade. Com a mesma graciosidade com que percorres a minha alma e o meu coração. Sim, a minha alma. Porque são raros os momentos em que percorres o meu pensamento. Porque quando penso sou racional e lógica e tu não me deixas ser assim. Percorres tudo que sou. Caminhos cheios de pó, pois mais ninguém os percorreu. Percorres tudo o que sou, tudo o que tenho e nem tens noção disso. Tocas no mais íntimo do meu ser.
Não te conheço. Da tua vida pouco ou nada sei. Pergunto-me como seria se te conhecesse e, se as nossas conversas passassem de simples “olás” de cortesia, como é que seria. Mexes tanto comigo que creio que não aguentaria. És-me tanto, mesmo longe.
Fascina-me mais um pouco, sim?
Importada da lua, DC

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Amo-te e não sei porquê

Amo-te porque sim! Porque me apetece. Porque gosto! Porque me sinto bem quando te digo que te amo e porque sei que o diria vezes e vezes sem conta e não me cansaria. Amo-te todos os dias, a todas as horas. Em cada instante da minha vida amo-te mais um bocadinho. Mesmo quando me irritas profundamente com essa tua mania de ter sempre razão, eu continuo a amar-te.
Amo-te porque faz-me bem amar-te! Amo tudo em ti! Amo-te como não consigo amar toda a gente. Amo-te porque não tenho que encontrar razões para te amar. Amo-te com todos os teus defeitos, com todas as tuas qualidades. Amo-te porque sou eu contigo, e porque, mesmo sendo eu, sou feliz. Amo-te porque aos meus olhos és perfeita! Linda, maravilhosa !
Amo cada momento passado contigo. Passaria dias e dias contigo e não me cansaria.
Amo-te e não sei porquê. Mas sabes, é tão bom amar-te! Preciso tanto de ti como de ar para respirar. Tenho medo de te amar de mais. Tenho medo que me deixes. Já não consigo imaginar a minha vida sem ti.
Podes magoar-me, fazer-me sofrer, fazer-me chorar, que eu continuarei a amar-te. Não sei porquê, mas sei que nunca te deixarei de amar.
Amo-te mais do que podes imaginar. Mas eu gosto de te amar assim. Mesmo que não me ames como eu te amo, eu não me importo. Gosto de te amar, porque tu fazes-me bem.
Amo-te e neste momento sinto uma enorme necessidade de te dar um xi-coração e de te dizer ao ouvido que te amo.
Amo-te imenso, ontem, hoje e sempre!
Fica comigo para sempre, ficas?

Um amo-te profundo!

Importada da lua, DC

domingo, 19 de julho de 2009

Prometi deixar-te


Prometi deixar-te, não te falar mais, não me meter mais na tua vida.
Se algum dia me perguntasses o porquê da minha ausência apenas diria “porque já não me fazes falta”. Nunca tive muito jeito para mentir, mas empenharia todo o meu ser nesta pequena frase para que acreditasses nela como se fosse tão verdadeiro como 2 + 2 = 4.
Sei que irás sofrer, não irás perceber porque. De certo irás chorar. Como me dói fazer-te derramar uma lágrima que seja! Eu, que sempre te prometi mundos e fundos, que sempre jurei estar a teu lado viesse o que viesse. Eu, que garanti que nunca te deixaria, que seria sempre o teu porto seguro. Não irás perceber porque. Irás chamar-me de mentirosa e, quem sabe, de traidora. Irás pensar em todas as vezes que te disse que te amo e irás procurar nos meus olhos a mentira. Não irás encontrar! Amo-te com todas as minhas forças! Amo-te com tudo o que sou! E é por te amar tanto que prometi deixar-te. Não te fazer sentir mais a minha presença. Tudo o que eu sou já não é bom para ti. Serás muito mais feliz longe de mim.
Quando a dor te passar e por mim já não rolarem mais lágrimas no teu rosto, eu continuarei a amar-te. A sentir-te. A querer saber se tu estás bem. Se andas a comer bem, a dormir bem. Se tens sonhado muito e se, principalmente, tens sonhado comigo. Não quero que sonhes. Não quero ser a razão das tuas noites mal dormidas. Quero apagar a minha presença da tua vida. Não quero ser passado, simplesmente não quero ser nada! O passado, por muito antigo que seja, continua a doer e eu não quero que nada te faça sofrer. Não conseguiria viver com aquilo que sou se continuasse a fazer-te sofrer. Certificar-me-ei de que me irás esquecer, que chegará ao dia em que não irás associar o meu nome a nada. Nenhum sentimento bom ou mau. Nenhum momento bom ou mau. Simplesmente não serei nada para ti. Irás seguir a tua vida! Terás filhos e os nossos filhos não serão amigos de infância como desejamos que fosse. Simplesmente nada meu se cruzará mais no teu caminho.
Quando me esqueceres, eu continuarei a amar-te com todas as minhas forças, com tudo o que sou! Continuarei a sofrer se tu sofreres, a ficar feliz se tu fores feliz. Continuarei a precisar de ti como hoje preciso, mesmo que passem 50 anos desde hoje. Sentirei sempre a tua falta, como sentia quando não estava contigo. Uma dor permanente. Um buraco no peito que nunca ninguém conseguirá fechar. Irei ter novos amigos e em cada um deles haverá algo que me faça lembrar de ti. Uma palavra dita naturalmente, um gesto espontâneo, a forma dos olhos ou dos lábios. Não importa o que seja, desde que me faça lembrar de ti. Mas nunca ninguém conseguirá fazer-me sentir como tu consegues.
Ontem eu amei-te. Hoje eu amo-te. Amanhã continuarei a amar-te, mesmo que tu acredites que não. Tudo o que eu quero é que acredites que não, para que possas continuar com a tua vida, mesmo que a minha fique parada no mesmo sítio.
Tudo, até a minha felicidade, eu dou para que tu fiques bem.

Um beijo de saudade.

Importada da lua, DC

terça-feira, 14 de julho de 2009

Amor à primeira vista?


Há pessoas que têm uma espécie de “cheiro” misterioso. Cheiro esse que o nosso coração capta à sua passagem. É um “cheiro” que enfeitiça, que aprisiona. Esse cheiro entranha-se no mais profundo do nosso ser. Ocupa-nos constantemente o pensamento e o coração. Acorrenta-nos a alma. E ficamos dependentes, como antes nunca tínhamos ficado. Tornamo-nos frágeis, como antes nunca tínhamos sido. Numa fracção de segundos todo o nosso mundo interior mudou. Todas as certezas que tínhamos mudaram. Não voltamos a gostar dos mesmos sabores, das mesmas cores. As mesmas coisas já não dão o prazer de antigamente. Agora, só aquele cheiro nos reaviva a memória e nos lembra de como é bom estar vivo. Cada segundo é uma dor lancinante por não o ter mais. É também uma alegria exuberante pela certeza de o ter sentido um dia. Não sabemos mais se havemos de rir ou de chorar. Não sabemos mais que rumo dar à nossa vida. Toda a nossa procura pela felicidade cessa. E inicia-se uma nova procura. A procura incessante daquele cheiro. E a nossa vida resume-se a isso. Resume-se à procura de algo que não temos, que não conhecemos. Algo que não é nosso e que poderá nunca ser, mas que desejamos impetuosamente que seja. Desejamos possui-lo e que ele nos possua. Desejamos tê-lo, tocá-lo, senti-lo. Ouvir o bater do seu coração junto ao nosso. E quando percebemos que não o podemos ter, continuamos a desejá-lo. A desejar vê-lo, nem que seja só para ter a certeza que ele está bem e que podemos continuar a sofrer por ele, quem sabe continuar a ter esperança. Continuar com o nosso mundo parado.
Tic-tac..tic-tac..tic-tac. O relógio na parede anuncia que o tempo continua, que a vida continua. No entanto, tudo em nós parou. Só ficou a memória constante daquele cheiro.
Amor à primeira vista?

Importada da lua, DC

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Quebramos os dois

Ao longo da nossa vida vamos quebrando os laços que um dia construímos com as pessoas. Acabam-se os sorrisos, as palavras de carinho, os gestos de cumplicidade, os abraços e os beijos. Mas, apesar de tudo se acabar, não temos a coragem de partir ou de deixar ir, muitas vezes por puro comodismo. No entanto, por vezes não queremos nos afastar porque dentro de nós ainda existe o amor que um dia uniu e que se julgou inquebrável.
Dói quando a capacidade de comunicar e de compreender o outro acaba. Fica o sofrimento constante de querer ir e não saber como, mas de ao mesmo tempo querer ficar e não ter maneira de isso acontecer. Percebemos que, por muito que custe partir sem regresso, custa muito mais ficar. Porque, partindo podemos encontrar um novo destino e a felicidade. No entanto, ficando não podemos obrigar um coração morto a amar outro coração morto e aí a felicidade torna-se um sonho preso, à espera de alguém com a chave. Quando isto acontece, principalmente nas relações amorosas, a única escapatória é a traição. Por isso, quando a amizade acaba e já não há diálogo, não vale a pena tentar ressuscitar algo que está morto, porque só vamos continuar a sofrer e a felicidade pode estar mesmo ao virar da esquina.
Muitas das vezes somos infelizes porque queremos, porque é mais facil e porque nao temos nem força nem coragem para ser felizes!

Um texto feito por mim, para apresentar na aula de portugues, na ultima avaliação oral do ano !

Importada da lua, DC
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