Eu queria tanto que nunca
tivesses entrado na minha vida… Queria tanto nuncar ter-te conhecido e assim
nunca ter-te sentido a falta. Assim, este sentimento de medo nunca se teria
sequer aproximado de mim. Este medo de te perder, medo que a vida te leve para
bem longe de mim e eu fique aqui, sozinha. Medo que estagnemos no tempo, que
nos tornemos banais. Que nos tornemos banais ao ponto de nos tomarmos por
certos e deixemos a vida correr ao sabor do vento. Medo que um dia esse vento
nos leve em direcções opostas e não nos reste mais nada senão deixá-lo, pois as
forças com que um dia rompeste caminho já não são as mesmas e estamos cansados.
Cansados da vida, cansados de nós. Cansados daquilo que somos, aprisionados às
memórias daquilo que éramos, quando corriamos contra o vento.
Eu queria tanto que nunca
tivesses entrado na minha vida. Mas tu entraste e eu não me consigo imaginar
sem ti. Tu, que revolucionaste o meu mundo desde o primeiro momento. Não sabia
lidar com esse turbilhão de sentimentos que carregavas contigo e, agora,
sinto-lhes a falta. Sempre que não estás, sinto-te a falta. De ti, de nós. Sei
que te encontrei. Depois de tanto tempo à procura, sei que te encontrei. Aquele
bocadinho que me faltava. E por isso eu queria tanto que nunca tivesses entrada
na minha vida. Assim, não te sentiria a falta. Mas a verdade é que entraste e
eu sinto-te a falta. Amo-te. Não sei como colocar em palavras o quanto te amo.
O quanto te amo e o quanto este meu amor por ti me faz bem. Não sei nem
exprimir o quanto isto me é estranho. Isto de amar tanto alguém, amar de amor.
Este amor que não deseja a carne, só a alma. A minha alma com a tua. Esta
pureza de amor é-me tão estranha. És-me tanto e eu nem palavras encontro para
descrever o quanto te amo… todas as palavras me sabem a pouco. Bem sei que há
palavras que nos beijam como se tivessem boca… mas há palavras que nos agarrem
e nos prendam de amor como se pulsassem com o coração que nos bate no peito?
Eu queria tanto que nunca… Mas a
verdade é que se pudesse voltar atrás no tempo, não mudaria nada. Deixaria
entrar-te como deixei: com toda a força com que rompeste caminho, com todo o
turbilhão de sentimentos que tanto te caracteriza. Deixaria entrar-te para que,
de um momento para o outro, passasses do nada para o tudo. Deixaria que tudo
acontecesse exactamente da mesma forma e assim eu sei que, apesar de tudo, eu seria
feliz… contigo, connosco.
Eu queria tanto que nunca
saísses da minha vida.
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E as cartas lançadas são ..