quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Cartas Soltas.. Todas a ti (II)

Continuo a sentir-me vazia. E continuo a dizer-te com toda a certeza que não te amo. Lembras-te quando me perguntaste de que signo era e eu disse-te que era caranguejo e tu me perguntaste se eu andava para trás? Eu respondi-te que andava, quando era necessário. Pois bem, ultimamente tenho andado muito para trás. Não, não ando a reviver os bons momentos que passamos e também não ando a tentar apagar os maus. Como já te disse, não te amo (Sabes aquela teoria que diz que quando dizes uma mentira muitas vezes ela acaba por se tornar verdade? Eu confirmo-ta).
Ando a apanhar os bocadinhos do meu coração que tu rasgaste e espalhaste por aí. Já vai sendo tempo de o colocar no seu devido lugar, perfeitamente reparado. É que quando deixas algo muito tempo exposto às condições atmosféricas, acaba por apodrecer e eu não quero que isso aconteça. Um coração podre não bate com uma intensidade digna de se ouvir. E eu preciso que o meu coração bata. Bata freneticamente e espalhe o sangue que me corre nas veias. Sangue que congelou na imortalidade do meu corpo. Já vai sendo tempo de voltar a viver. E eu preciso de voltar a sentir algo que me mostre que estou viva. Preciso de sentir o sangue aglomerar-se nas minhas faces quando coro de vergonha. Preciso de voltar a sentir o estômago às voltas quando fico nervosa.
Diz-me… até onde é que levaste os pedacinhos do meu coração que tão amavelmente rasgaste com os teus dentes? É que sinto que estou a ficar sem tempo para os procurar. Dói-me as pernas e não posso correr. Estou na falência e não posso pagar as viagens de avião e chamar um táxi está fora de questão. Se calhar vou sentar-me à espera que o vento traga os poucos pedacinhos que ainda não apanhei. (Aposto que um deles está no Egipto. Sempre disseste que querias ir lá!). Ou então vou fazer uma cirurgia plástica ao meu coração. E até já sei quem vai ser o cirurgião. Agora, não importa o meio. Só o fim. Só preciso de voltar a sentir o sangue correr-me nas veias e ter a certeza que permaneço viva.
Preciso de voltar a amar. Alguém que não tu.

18 comentários:

  1. eu choro sempre com estas coisas. mas choro sempre, mesmo. ainda por cima ando tão lamechas ultimamente. já nao passava aqui há alguem tempo, mas vejo que a tua escrita melhorou. talvez os sentimentos que descreves tenham dado uma maozinha. ;)

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  2. vi este template para blogs e lembrei-me de ti. =D

    http://btemplates.com/2010/02/11/grunge-poker/demo/

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  3. "Preciso de voltar a amar. Alguém que não tu."

    É mesmo isso!

    Estou a procura dos meus também e digo a mesma mentira para mim própria também...

    We will make it (:

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  4. Só tu é que me entendes.

    Exactamente, mas eles não sabem que sou tão tarado como quem vem ler.:$

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  5. Eu prefiro não cair, mas quando caio lá me levanto. Mas não deixo de saltar, pular e correr com medo de tropeçar.

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  6. Se calhar não gostas de palhaços por os identificares a alguém que fez figura de tal contigo, tal como fizeram comigo.

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  7. É sinal que vou andar para a frente *-*

    Eu também a adoro xP

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  8. Pena. Porque esta até é bonita. Não agora. Mas vai ser, não sei como mas vai ser^^

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  9. Não foi só ele. :)
    Olhá aí : http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_militares_portugueses_falecidos_na_Batalha_de_%C3%81lcacer_Quibir

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  10. Escreves com uma mestria... muito bom! *

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  11. Claro que sim, tens razão. Eu apenas generalizei mas à minha vida --' cansei-me de tudo e todos..

    "Preciso de voltar a amar. Alguém que não tu." , AMEI :)

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  12. Sim , disso eu sei. Mas as vezes é preciso cair para ver quem realmente está sempre lá :)

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  13. PER-FEI-TO! Escreveste-me nas tuas palavras. :,)

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  14. Acho que atravessar um limite faz bem *-*
    Beijinho :)

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  15. Acho que todas as certezas sabem terrivelmente bem *-*

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  16. Sim sabia, por isso é que tenho que me rir muito :p

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E as cartas lançadas são ..

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