segunda-feira, 1 de março de 2010

Cartas Soltas... Todas a ti (III)

Aqui estamos nós outra vez. Sinto que passaram anos desde a última vez que falamos. Foi tanto tempo assim? Não creio. Mas o abismo que se criou entre nós equivale a um milénio de separação. Saudades tuas? Corroem-me a alma. Poderia eu viver cem anos, cem décadas, cem milénios que a saudade não desapareceria.
Irá chegar um dia em que a tua imagem será como uma cassete riscada que começa a desaparecer. De tantas vezes posta no leitor de cassetes, a fita começa a desgastar. E aí, arrumá-la-ei. Não posso permitir que desapareças em vão. Mas um dia, quando os meus dias estiverem a terminar, serás colocado no leitor com todo o carinho. E recordar-te-ei. Irei ver a fita apagar por completo. No televisor, apenas ficará uma imagem em branco. De ti, nem sinal…
Quando esse dia chegar, a loucura e a insanidade vão-se apoderar de mim.
Por agora, vivo com a certeza de que tenho imensas cassetes guardadas à espera de serem gravadas. E sabes… mais nenhuma delas será gravada com a tua pessoa. Quando o meu dia chegar, haverá imensas cassetes repletas de momentos de amor e felicidade. No entanto, apenas uma ou duas terão um cheirinho teu e já estão catalogadas e arrumadas no meu sótão, a ganhar pó.

2 comentários:

  1. "abismo que se criou entre nós equivale a um milénio de separação. Saudades tuas? Corroem-me a alma."

    É basicamente isso...

    É tão triste! Um abismo ENORME depois de uma cumplicidade e confiança acima do normal.. :S

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  2. As tuas comparações são qualquer coisa de fantástico, sempre inesperadas.
    Restam memórias, memórias apenas, que podemos escolher recordar ou não.

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E as cartas lançadas são ..

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